quarta-feira, 25 de julho de 2012

DESEMPENHO DA VALE NO 2º TRIMESTRE 2012

UMA PERFORMANCE ROBUSTA Rio de Janeiro, 25 de julho de 2012 - A Vale S.A. (Vale) apresentou desempenho robusto em face aos desafios de um ambiente de preço mais baixos e os problemas operacionais em ativos de metais básicos e carvão. A produção e as vendas de minério de ferro registraram recuperação, enquanto que foram alcançados marcos relevantes para o desenvolvimento de nossos projetos mais importantes, incluindo Carajás S11D. Além disso, continuamos a racionalizar o portfólio de ativos com o objetivo de otimizar a alocação de capital. A receita operacional, lucro e margem, bem como o fluxo de caixa melhoraram em relação ao 1T12. O lucro líquido sofreu forte impacto contábil não caixa decorrente da desvalorização do real, nossa moeda funcional para fins contábeis, contra o dólar norte-americano. Por outro lado, a apreciação do dólar norte-americano contra o real, o dólar canadense e outras moedas, que representam cerca de 80% dos nossos custos operacionais, contribuiu favoravelmente para o fluxo de caixa. Dado que praticamente 100% de nosso endividamento é denominado em dólares americanos ou convertida para dólares americanos através de swaps, não há efeito material sobre a dívida. O desinvestimento de ativos, que concorre para melhorar a alocação de capital e é também uma fonte de criação de valor ao acionista, produziu perdas contábeis não recorrentes no trimestre. Continuamos a desenvolver um grande portfólio de projetos que visa atender a demanda decorrente da dinâmica de crescimento de longo prazo das economias emergentes com um importante foco na maximização da criação de valor. Os principais destaques do desempenho da Vale no 2T12 foram: Os embarques de minério de ferro alcançaram 63,0 Mt, 14,9% maior do que o 1T12. Recorde de vendas de pelotas para um trimestre, 12,3 Mt, 13,1% acima do recorde anterior no 4T11. Receita operacional de US$ 12,2 bilhões, 7,2% acima do 1T12. Lucro operacional, medido pelo EBIT ajustado (lucro antes de juros e impostos), de US$ 3,9 bilhões. Excluindo os efeitos não recorrentes de perdas contábeis, o EBIT ajustado alcançou US$ 4,3 bilhões, 11,7% maior que o 1T12. Margem do lucro operacional ajustado de 36,2%, medido pela margem EBIT, após excluir as perdas não recorrentes. Lucro líquido de US$ 2,7 bilhões, equivalente a US$ 0,52 por ação. Se isolarmos a influência de efeitos não caixa, o lucro antes de impostos seria de US$ 4,0 bilhões, 5,7% acima dos US$ 3,8 bilhões no 1T12. Geração de caixa, medida pelo EBITDA ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), de US$ 5,1 bilhões. Excluindo as perdas contábeis não recorrentes, a geração de caixa totalizou US$ 5,5 bilhões, 10,7% maior do que o 1T12. Nos últimos 12 meses terminados no dia 30 de junho de 2012, o EBITDA ajustado foi de US$ 27,1 bilhões. Investimentos, excluindo aquisições, de US$ 4,3 bilhões no 2T12, 16,6% acima do 1T12. No 1S12, os investimentos alcançaram US$ 8,0 bilhões, 17,5% acima dos US$ 6,8 bilhões no 1S11. A primeira parcela da remuneração mínima aos acionistas de 2012, US$ 3,0 bilhões, foi paga no dia 30 de abril de 2012. Manutenção de um balanço sólido com baixa alavancagem, medida pela relação dívida total/LTM EBITDA ajustado, igual a 0,9x, e um longo prazo médio da dívida de 9,4 anos, e baixo custo médio, 4,61% por ano em 30 de junho de 2012

VALE - NOVO DIRETOR FINANCEIRO

Vale anuncia novo Diretor Financeiro Rio de Janeiro, 23 de julho de 2012 - Vale S. A. (Vale) comunica que Tito Martins está deixando a empresa, onde trabalhava desde 1985, para seguir uma nova etapa em sua bem sucedida carreira profissional. Luciano Siani está sendo nomeado para substituir Tito Martins como Diretor Financeiro com responsabilidades em Relações com Investidores, Serviços Compartilhados, Suprimentos e Projetos de Capital PMO. Siani é formado em engenharia mecânica pela PUC do Rio de Janeiro, e possui MBA pela Stern School of Business, da New York University. Luciano, que está na Vale desde 2008, tem uma extensa experiência profissional. Na Vale, foi diretor global de planejamento estratégico em 2008-2009, diretor global de recursos humanos em 2009-2011 e retornou ao planejamento estratégico em 2011. Suas experiências anteriores incluem posição de consultor da McKinsey & Co. em 2003-2005 e 12 anos no BNDES, onde exerceu funções executivas nas áreas de Finanças e Mercado de Capitais e fez parte dos Conselhos de Administração da Telemar, Suzano e Valepar.

A DECEPÇÃO COM OGX

(27/06) OGX PETROLEO (OGXP - NM) - Define nivel de producao por poco no Campo de Tubarao Azul DRI: Roberto Bernardes Monteiro Enviou o seguinte comunicado: Rio de Janeiro, 26 de junho de 2012 - A OGX Petroleo e Gas Participacoes S.A. ("OGX") (Bovespa: OGXP3; OTC: OGXPY.PK), empresa brasileira de oleo e gas natural responsavel pela maior campanha exploratoria privada no Brasil, comunica ao mercado que depois de aproximadamente 5 meses de operacao do Teste de Longa Duracao (TLD) no Campo de Tubarao Azul (previa acumulacao de Waimea), cujo Plano de Desenvolvimento foi protocolado em 1 de junho de 2012 na Agencia Nacional de Petroleo, Gas Natural e Biocombustiveis (ANP), definiu a vazao ideal de 5 mil barris de oleo equivalente por dia por poco para os dois primeiros pocos nesse estagio inicial, ainda sem injecao de agua. Desde o inicio do TLD, os pocos OGX-26HP e OGX-68HP foram testados com vazoes que variaram de 4 a 18 mil barris de oleo equivalente por dia garantindo um melhor entendimento do modelo do reservatorio e indicando a necessidade de substituicao da bomba centrifuga submersa do poco OGX-26HP por uma bomba de caracteristicas diferentes de forma a ajustar a capacidade de bombeio a vazao ideal do poco. Durante os ultimos 5 dias, por ocasiao da parada do poco OGX-26 para substituicao da bomba, o FPSO OSX-1 vem apresentando producao de 7,4 mil barris de oleo equivalente por dia no poco OGX-68 e vem mantendo niveis satisfatorios de pressao no reservatorio. Ao longo dos proximos 12 meses, mais 2 pocos produtores e 2 pocos de injecao de agua serao interligados ao FPSO OSX-1, de maneira a aumentar gradativamente a producao de oleo do Campo de Tubarao Azul. Alem da injecao de agua, utilizaremos tecnologias de fraturamento quimico hidraulico e outras ja conhecidas na industria petrolifera, para otimizar a producao. A OGX continua confiante com a recuperacao dos 110 milhoes de barris de oleo equivalente do Campo de Tubarao Azul especialmente porque durante o TLD tambem foram identificados fraturas naturais conectando os pocos OGX-26 e OGX-68. "Todas essas decisoes foram tomadas de forma a garantir ao Campo de Tubarao Azul uma explotacao sustentavel e de acordo com as melhores praticas da industria" comentou Paulo Mendonca, CEO da OGX. Com relacao aos proximos projetos a entrar em operacao, a Companhia informa que as unidades de producao ja contratadas, FPSOs OSX-2 e OSX-3, que se encontram em fase avancada de construcao em Cingapura, tem sua chegada ao Brasil e inicio de producao previstos para o segundo semestre de 2013. SOBRE A OGX Focada na exploracao e producao de oleo e gas natural, a OGX Petroleo e Gas SA e responsavel pela maior campanha exploratoria privada no Brasil. A OGX possui um portfolio diversificado e de alto potencial, composto por 30 blocos exploratorios no Brasil, nas Bacias de Campos, Santos, Espirito Santo, Para-Maranhao e Parnaiba e 4 blocos exploratorios na Colombia, nas Bacias de Cesar-Rancheria e Vale Inferior do Madalena. A area total de extensao dos blocos e de 7.000 km em mar e cerca de 36.500 km em terra, sendo 24.500 km no Brasil e 12.000 km na Colombia. Alem de contar com um quadro de profissionais altamente qualificados, a companhia possui solida posicao financeira, com cerca

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

O RATO QUE NÃO RUGIU

O mundo precisa de um setor bancário menor e mais seguro.



Martin Wolf


Para comemorar o segundo aniversário da queda do Lehman, a montanha da Basileia se empenhou vigorosamente e apresentou um rato. Desnecessário dizer, o setor bancário insistirá em afirmar que o rato é um tigre prestes a devorar a economia mundial. Essas alegações unilaterais, nas quais esse setor mimado é especialista, devem ser ignoradas: remover incentivos para o comportamento temerário não é um custo para a sociedade; é um custo para os beneficiários. Esse não deve ser confundido com aquele. O mundo precisa de um setor bancário menor e mais seguro. O defeito das novas regras é que elas não farão isso.

Estou sendo severo demais? "As agências reguladores do sistema bancário global... selaram um acordo para... triplicar o tamanho das reservas de capital que os bancos do mundo deverão deter contra perdas", diz o "FT".

O novo pacote estabelece um coeficiente de capital ponderado pelo risco de 4,5%, mais que o dobro do nível atual, de 2%, mais um novo colchão de conservação de 2,5%. Bancos cujo capital se enquadrar na zona de conservação enfrentarão restrições sobre pagamento de dividendos e gratificações opcionais. Portanto, a regra estabelece um piso efetivo de 7%. Mas os novos parâmetros deverão ser implantados até 2019. Até lá o mundo provavelmente já terá presenciado uma ou duas crises.

Os reguladores estão tentando tornar o sistema financeiro atual menos inseguro. O mundo não pode se permitir outra crise dessas por pelo menos uma geração. Por esses padrões, o que está surgindo é insuficiente. Esse rato jamais rugirá alto o bastante.
Vejam só, que surpresa: representantes do setor apresentam estimativas praticamente oito vezes maiores. O relatório oficial responde acidamente que: "As estimativas do setor presumem que, na falta de qualquer reforço de regulamentação, os bancos preferirão aumentar a sua alavancagem nos próximos anos, retornando aos níveis que prevaleceram imediatamente antes da crise; que o retorno sobre o patrimônio exigido das instituições financeiras aumentará à medida que a rede de segurança do governo enfraquecer; e que o vínculo entre o crescimento do crédito total e o PIB real é praticamente a média em relação ao período de alto crescimento do crédito que precedeu a crise".

Qualquer um desses tipos de exibição dos custos da regulamentação equivale a Hamlet sem o fantasma: ela ignora o que move a trama. Não podemos avaliar o custo da regulamentação sem reconhecer alguns fatos: primeiro, tanto a economia como o sistema financeiro acabam de sobreviver a uma experiência quase fatal; segundo, os custos da crise incluem milhões de desempregados e dezenas de trilhões de dólares em perda de produção, conforme argumentou Andy Haldane, do Banco da Inglaterra; terceiro, os governos resgataram o sistema financeiro com a socialização dos seus riscos; por último, o setor financeiro é o único que detém acesso ilimitado à carteira do público e, consequentemente, é, de longe, o mais subsidiado do mundo.

É necessário retornar aos princípios básicos na avaliação dos alegados custos das exigências de mais capital (e liquidez). Primeiro, é incorreto que o capital é caro, conforme artigo de Anat R. Admati e outros, da Universidade Stanford, assim que levamos em conta o fato de que mais capital reduz o risco para credores e contribuintes, como deveríamos. Menos capital significa retornos mais altos, mas também risco mais elevado.

Segundo, na medida que os credores arcam com o custo do fracasso, mais capital significa dívida mais barata. Portanto, se os subsídios fossem retirados da dívida, a alteração da relação entre capital e dívida não deveria afetar os custos de obtenção de recursos para o balanço patrimonial.

Terceiro, se os contribuintes arcam com o risco, mais capital compensa esse subsídio implícito. O público em geral tem interesse zero, a bem da verdade, tem um interesse negativo, em subsidiar a tomada de risco dos bancos, de forma geral. Por esse motivo, o subsídio que ele oferece fornecendo seguro grátis deve ser compensado pela imposição de exigências de capital mais elevadas.

Quarto, o público tem um interesse em impor exigências de capital mais elevadas que aquelas que qualquer banco individual estaria disposto a arcar, no seu próprio interesse. Bancos geram risco sistêmico endogenamente. Esse custo deve ser incorporado pelos tomadores de decisões. Mais capacidade de arcar com risco é uma forma de fazê-lo.

Por fim, na medida em que o público quer uma forma específica de tomada de risco subsidiada - conceder empréstimos a empreendimentos de pequeno e médio porte, por exemplo - ele deve fazê-lo diretamente. Subsidiar o sistema bancário como um todo, persuadi-lo a assumir o que é meramente uma pequena parte da sua atividade é ineficaz.

A conclusão, portanto, é que as exigências de capital precisam ser muito mais altas, talvez chegando até a 20% ou 30%, sem a ponderação de risco. Então seria possível prescindir das várias formas de capital casual que têm muito maior probabilidade de exacerbar do que aplacar o pânico numa crise. É só porque nos acostumamos com essas estruturas excepcionalmente frágeis que essa demanda parece ser tão ultrajante.

Isso não implica que neguemos dois enormes problemas. Um deles é que qualquer transição dessas equivalerá a tirar drogas de um viciado. A forma mais simples de reduzir custos ao mínimo seria que os governos subscrevessem o capital adicional e, assim, ao longo do tempo, vendessem o que levarem ao mercado. O outro é que existe um extraordinário potencial para arbitragem regulatória, com riscos se deslocando por todos os lados no sistema. Esses riscos podem facilmente voltar a desabar sobre o sistema bancário.

Os reguladores estão tentando tornar o sistema financeiro atual menos inseguro, progressivamente. Isso é melhor do que nada. Mas não criarão um sistema seguro. O mundo não pode se permitir outra crise dessas por pelo menos uma geração. Por esses padrões, o que está surgindo é simplesmente insuficiente. Esse rato jamais rugirá alto o bastante.

Martin Wolf é editor e principal comentarista econômico do FT

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sábado, 28 de agosto de 2010

BNDES e a capitalização da Petrobras: um falso dilema

Para fazer política industrial, o incentivo deveria ir direto para os fornecedores.

BNDES e a capitalização da Petrobras: um falso dilema


Mansueto Almeida
29/07/2010


No ano passado, o BNDES emprestou para inovação no Programa de Sustentação do Investimento (PSI) apenas R$ 300 milhões, valor irrisório ante os R$ 137 bilhões liberados pelo banco

O leitor atento ao debate atual deve estar surpreso com tamanha discordância quanto à atuação do Banco Central, BNDES e Tesouro Nacional. O debate atual, no entanto, parece tomar a forma de uma falsa dicotomia entre aqueles que são contra as políticas setoriais e de investimento e aqueles a favor da mesma.

O debate quando colocado nesses termos, ao invés de esclarecer, prejudica a real avaliação dos custos dessas políticas. Dois exemplos são suficientes para corroborar essa tese.

Primeiro, o falso dilema entre "fortalecimento" versus "não fortalecimento" do BNDES. O Tesouro Nacional aumentou a dívida pública para emprestar R$ 100 bilhões em 2009 e R$ 80 bilhões em 2010 para o BNDES, a taxa de juros subsidiadas. Essa política tem um custo, mas também traz benefícios ao permitir um aumento da capacidade produtiva da economia brasileira. Acontece que parte da expansão do crédito do BNDES não é direcionado para aumento da capacidade produtiva, e outra parcela substancial dos empréstimos direciona-se para empresas que estão entre as mais competitivas do Brasil e, portanto, não precisariam da ajuda do BNDES.
Os dois maiores empréstimos diretos do banco para área industrial, em 2009, R$ 3,5 bilhões liberados para a JBS com o objetivo de ajudar a internacionalização da empresa e a compra de ações ordinárias da Brasil Foods (antiga Perdigão) no valor de R$ 750 milhões, não aumentaram a capacidade produtiva da indústria. Da mesma forma, os recursos do programa PEC-BNDES para capital de giro (R$ 6 bilhões), as operações de financiamento ao comércio exterior (R$ 16 bilhões), a compra do crédito do Tesouro junto à Eletrobrás (R$ 3,5 bilhões) e a parcela de 30% dos projetos de investimentos que vai para capital de giro também não aumentaram a capacidade produtiva. Apenas 60% ou menos dos recursos liberados pelo BNDES aumentam a capacidade produtiva.

O debate em relação ao BNDES é simples. A literatura de política industrial mostra que o governo deve incentivar as atividades de inovação e mesmo o desenvolvimento de novos setores que não sabemos ex-ante se seremos ou não competitivos. No ano passado, por exemplo, o banco emprestou para inovação no âmbito do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) apenas R$ 300 milhões, um valor irrisório para os R$ 137 bilhões liberados pelo banco. Dado que há necessidade de priorizar os empréstimos do banco, a pergunta pertinente é se, de fato, o Tesouro Nacional deveria ter aumentado tanto a dívida bruta para financiar operações de fusões e aquisições, internacionalização de empresas, emprestar R$ 25 bilhões subsidiados para a Petrobras ou mesmo compensar com recursos subsidiados as restrições impostas ao preço máximo das tarifas no processo licitatório nos setores de energia e transporte.

Segundo, a recente autorização para capitalização da Petrobras e o tratamento diferenciado que a empresa recebe do BNDES (ao contrário da regra para os demais grupos empresariais, o BNDES passou a considerar cada uma das subsidiárias da Petrobras como cliente distinto para fins do limite de exposição por cliente de acordo com a Resolução CMN nº 3.615/2008) nos leva a outro falso dilema entre aqueles que são a favor da Petrobras e aqueles que são contra a empresa. O debate não é esse.

A Petrobras é a única companhia da América do Sul na lista das 50 empresas mais inovadoras do mundo de acordo com levantamento feito neste ano pela Boston Consulting Group e também a empresa brasileira mais bem colocada no ranking das 500 maiores corporações do mundo da revista "Fortune". Além disso, com as mudanças recentes na Lei do Petróleo, a petroleira passou a ser operadora única dos campos do pré-sal a serem licitados. Uma empresa desse tipo tem acesso a financiamento em qualquer país do mundo. Por que ela precisou de um empréstimo subsidiado do BNDES de R$ 25 bilhões?
Como se sabe, esse dinheiro não estava parado no BNDES e o Tesouro Nacional teve que emitir R$ 25 bilhões em títulos públicos para viabilizar a operação. Da mesma forma, por que a capitalização autorizada da Petrobras com recursos públicos foi equivalente em até 5 bilhões barris de petróleo e não menos? Esse debate é importante porque 1 bilhão de barris (algo por volta de R$ 10 bilhões) é quase quatro vezes o orçamento dos Fundos Setoriais (R$ 2,6 bilhões em 2009), que são os principais instrumentos de financiamento à inovação no Brasil e que tiveram menos da metade do seu orçamento efetivamente liberado em 2009.
Ou seja, temos recursos para mais do que duplicar o financiamento à inovação e ainda assim fortalecer a Petrobras. Por que então a excessiva ênfase na capitalização da Petrobras em R$ 50 bilhões com recursos públicos e nos empréstimos subsidiados para a empresa, que é uma das mais inovadoras do mundo? Para fazer política industrial? Mas nesse caso o incentivo deveria ir direto para os fornecedores da empresa e não para ela.

Em resumo, o debate não deveria ser colocado entre aqueles que são contra e aqueles a favor do fortalecimento do BNDES e da capitalização da Petrobras. O mesmo raciocínio vale para o debate quanto ao financiamento da usina hidrelétrica de Belo Monte e também para o trem- bala, uma obra que não é prioritária como é a expansão, ampliação e modernização dos portos, aeroportos e rodovias. No Brasil, é muito mais fácil expandir a dívida pública em R$ 200 bilhões para financiar novos programas setoriais do que aumentar os gastos anuais com educação em R$ 500 milhões, já que neste caso a Lei de Responsabilidade Fiscal exige a definição de uma fonte permanente de recurso e, no caso de novas emissões de dívida, não há essa exigência.
Assim, seria melhor para todos que o debate atual se concentrasse nas condições (valores e taxas) dos empréstimos do Tesouro Nacional ao BNDES, no uso que o BNDES faz desses recursos, no acesso privilegiado da Petrobras a recursos públicos e no uso alternativo desses recursos, ao invés do falso embate do bem contra o mal.
Mansueto Almeida é economista do Ipea, Brasília).

domingo, 21 de março de 2010

CARTA DE INVESTIDOR

Comunicado Petrobras: Divulgação do Resultado do 4º Trimestre e do exercício de 2009 - BR GAAP
Sábado, 20 de Março de 2010 21:37
De:
"Salvador Sicoli"
Para:
"Alessandro Sicoli"
Prezados,

Aproveito uma indisposição não localizada que me impediu de subir às montanhas para fazer minha meditação no fim de semana, para relembrar os tempos em que a minha terapia era escrever artigos econômicos ou políticos.

Eu era feliz e não sabia.

Agora sobram problemas e falta tempo.

Meu email particular tem 3863 mensagens não abertas de gente ilustre, não tão ilustre e centenas de emails com notícias de empresas e do mercado.

Vou falar sobre este email recém recebido da Petrobras que ainda me insiste de tratar de Sr e Sra.

Adiado desde fevereiro por causa de compromissos eleitorais , aliás ilegais da aguerrilheira dona Dilma - presidente do conselho da Petrobras - da qual tiramos o acento pois a empresa pagou uma baba para alguém que não fui eu adequá-la à nova ortografia, ou se tornar do mundo (sim a Petrobras vai perder o acento e vai, como o nosso presidente correr o mundo e, também a propósito, a Dona Dilma vai perder assento já aí com "s" passando para o genovês Mantega a bem remunerada presidência do Conselho da PETRO - a tradicional ação entre amigos de ex pobres militantes)

Mas falando sério, o resultado saiu nesta sexta a noite depois de a Petrobras despencar no pregão. Que feio hein Gabrielli?

O resultado não foi de todo ruim levando-se em conta as estripulias que a atual direção petista vem imprimindo à empresa fortemente aparelhada com os ilustres e bem preparados diretores da mesma. Só falta colocar o Amorim - o Celso, - bem entendido família Amorim de Vitória? e sua filosofia arrogante de relações com o mundo e o negociador predileto da candidato eterno a membro da ONU). Como consegue produzir tanta estultice.

Volto à PETROBRAS:

Conseguiram arrranjar ainda um lucro de R$ 28,98 bi (R$ 3,30 por ação) ante R$ 32,99 bi em 2008 (R$ 3,76 por ação).

Alessandro e Brandoni,

Examinem o balanço completo e verifiquem como conseguiram essa proeza.
O benchmark são os nossos indicadores comumente usados. Me informem. Estão preparando para aprontar com a PETRO.

Confiram o capital circulante líquido que vinha minguando e deixando a empresa estrangulada a ponto de recorrer ao BNDEs que não aguenta mais um ano sem que tenha que recorrer a um artifício made in Argentina, ou seja , terá que buscar funding nas reservas. Reservas mal usadas que qualquer economista bem dotado vê menos os
do PT e lamentavelmente os do PSDB. (partido onde o único lúcido e opositor de verdade é o Fernando Henrique) O Serra não deixa o muro. Prefere agora subir na montanha.

Mas usar as reservas é assunto que Brandoni poderá conversar na próxima ida à Casa Rosada e se instruir com a bela Kirchner, a Cristina. Já pensou se o Meireles não concorda ¹?

Larguem a análise do EBITDA. Isto é indicador de MBA de financista novo desses que estão fazendo derivativos para ganhar comissão e deixar o mico para trouxas.
Já escrevi para Valor sobre a omissão da CVM com os target-forwards mas os bancos continuam fazendo com empresas menores e tem financeiro que ainda acredita.
Só que ao invés do dólar estão amarrando em CDI e Taxa SELIC - um desassombro!
O dólar não entra em cesta de moedas porque não é cesta, é lixo!
E se Valor achou impublicável talvez fosse porque poderia causar um risco sistêmico.
Risco sistêmico sempre foi desculpa para tudo Tão belo é o pretexto que foi usado em 2008 para extorquir dinheiro dos governos desenvolividos.
Quer dizer só os bancos podem fazer as estripulias impunemente.

A PETROBRAS vai ter que fazer uma capitalização gigantesca e não sei qual é a mágica. Aliás eu sei e é à imagem e semelhança do Mr. M, digo, X.

Voltando para o ameno


Aproveito para mandar as nossas 11 maiores aplicações este ano: eu disse aplicações, não indicações, que se a CVM me pega de novo vou ter de pedir nova recuperação judicial.
(cuidado com as Top Five é só para girar carteira de incautos e aumentar as operações e a corretagem. Mudar todo mês não dá.)

Aí vão de novo as ações com que iniciamos posicionados em janeiro de 2010:

- CEMIG on ( dobrou quase de tamanho com a compra da LIGTH e da TERNA, namora outras e ainda paga 50% do lucro líquido de dividendo estatutariamente - balanço sai dia 23/03)
- COELCE on (ENDESA está com a corda no pescoço na Espanha e quer vender - CEMIG de olho grande do Rolla e do Aécio) Hei, eu disse olho grande...
- COSERN on ( a mais esquecida e ignorado do mercado, pagou-nos R$ 2,00 de dividendos ao longo dos últimos meses contra um preço médio de R$ 8,00 - hoje está a R$ 10,00. È melhor do que qualquer CDBzinho de banco para quenão quer sofrer fortes emoções)
- ELETROBRAS on (o único papel barato na Bolsa, além da COSERN. Está a 30% do patrimônio e com um projeto de revitalização e novas práticas de governança)
- KLABIN pn (celulose vai arrebentar no preço este ano e deve atingir seu maior pico)
- SUZANO pnB ( idem, idem, só não dá para incluir a FIBRIA por motivos óbvios. O estrago do Zaguri foi mortal e se o BNDES acha que vai ter o seu de volta - ledo engano)
- BRASKEM on/pnA o lobby da ODEBRECHT ainda vai contemplar a PETROBRAS.
A ação está a R$ 12,00 e têm R$ 4.5 bi de aumento de capital com ações a R$ 14,40. Quem vai bancar? Os baianos? Talvez os da PETROBRAS.
- FOSFÉRTIL pn Com a VALE no comando vai deslanchar e aumentar produção. Está no menor nível de preço histórico. Não foi insider foi percepção. A próxima é a Paranapanema.
- FERTILIZANTES HERINGER pn (de Viana ES para o mundo). Saiu do golpe dos derivativos e a perspectiva do mercado é boa.
- CSN -está desdobrando em 100% as ações esta semana e deve ir à forra este ano.
- USIMINAS entra no lugar da GERDAU por causa do endividamento desta feita nas mega aquisições nos USA cujo mercado deverá continuar muito ruim.

e completando o time no banco de reservas as tradicionais VALE e PETROBRAS para operações curtas.

Não se aventurem com as empresas X do Magic Eike. Estão todos supervaliadas graças à bolha criada principalmente pelo Credit Suisse e pelo JP Morgan e do Deustch.
Os europeus querem ganhar aqui o que perderam lá fora. Estão especulando mais que cassino em Las Vegas e em Dubai. Uma OGX com 29 cartas exploração da ANP, solta um comunicado de dscoberta de óleo por dia, chegou a valer US$ 38 bilhões - maior que CEMIG, ELETROBRAS, CSN, um despudor e o Mr.Magic chegou a 8º mais rico do mundo.

Ano que vem espero que retorne aos 266º e já é muito. E muito brilhante, não tenho dúvida, Luma!

Mas vejam a notícia da PETROBRAS que é muito mais importante, não acham!

Saudações,

Salvador Sícoli Filho

INFORME PETROBRAS

SALSIFI INVESTMENTS


21/03/2010
INFORME PETROBRAS


Em sex, 19/3/10, Alerta RI Petrobras escreveu:


De: Alerta RI Petrobras
Assunto: Comunicado Petrobras: Divulgação do Resultado do 4º Trimestre e do exercício de 2009 - BR GAAP
Para: "Salvador Sícoli Filho"
Data: Sexta-feira, 19 de Março de 2010, 19:31



Prezado(a) Sr/Sra Salvador Sícoli Filho,

Lucro Líquido de R$ 28,98 bilhões em 2009





Rio de Janeiro, 19 de março, 2010 – Petróleo Brasileiro S.A. - Petrobras, divulga os resultados consolidados do quarto trimestre de 2009 (4T09) e do exercício de 2009, segundo as práticas contábeis adotadas no Brasil.


Lucro Líquido por segmento (R$ milhões) 1
Segmentos(1) 2009 2008
Exploração &Produção 19.601 37.617
Abastecimento 13.331 (3.611)
Outros Segmentos(2) 1.948 (941)


(1) Inclui transações inter-segmentos que são eliminadas para cálculo do lucro da Companhia
(2) Não considera Segmento Corporativo

O excelente resultado operacional também pode ser verificado no aumento da geração de caixa operacional, medida pelo EBITDA, que atingiu R$ 59,9 bilhões em 2009 contra R$ 57,2 bilhões verificados em 2008. A forte geração de caixa e as captações efetuadas ao longo do ano financiaram investimentos de R$ 70,8 bilhões em 2009, sendo a maior parte destinada ao segmento de E&P (aproximadamente 45%).

A Companhia está propondo dividendos no valor de R$8,3 bilhões aos seus acionistas, o que representa 30,5% do lucro básico de 2009 e R$ 0,95 por ação. Vale ressaltar que R$ 7,2 bilhões já foram antecipados aos acionistas ao longo de 2009 na forma de juros sobre capital próprio.

Acesse abaixo os Relatórios com as informações completas sobre o resultado do trimestre e convite para teleconferência e webcast a serem realizados no dia 24 de março de 2010.



Em 2009, o lucro líquido foi de R$ 28,98 bilhões (R$ 3,30 por ação), face ao lucro de R$ 32,99 bilhões apresentado em 2008 (R$ 3,76 por ação). O lucro operacional aumentou de R$ 45,9 bilhões em 2008 para R$ 46,2 bilhões em 2009, apesar do cenário de queda dos preços do petróleo e derivados e desaceleração da economia em 2009, contribuindo para a melhora da margem operacional (lucro operacional/receita operacional líquida), que alcançou o patamar de 25%



O bom resultado foi reflexo da redução de custos em proporção superior à queda da receita, e manutenção das despesas operacionais. Contribuiu também para este resultado o aumento das exportações líquidas em função do aumento da produção, da redução da importação de diesel e da redução da diferença de preço entre o petróleo produzido e o petróleo tipo Brent. Apesar disto, o lucro líquido foi influenciado negativamente pela variação cambial. A combinação entre aumento dos passivos em dólar e queda da taxa de câmbio ao longo do ano afetou negativamente o resultado financeiro.



No resultado segmentado, a queda do preço do petróleo influenciou o resultado do segmento de Exploração e Produção, apesar do aumento da produção verificada no ano, que alcançou a média de 2.525 mil barris de óleo equivalente ao dia. Porém, a posição integrada da Companhia propiciou um bom resultado no segmento Abastecimento, apesar da redução efetuada nos preços da gasolina e diesel em 2009.